como os anos passam depressa!... E novamente nos interrogamos: mas o que fizeste tu dos teus anos? Onde foste enterrar o teu tempo mais precioso? Viveste verdadeiramente? Sim ou não? Repara, dizemos para nós mesmos, repara como o mundo arrefeceu. Passarão ainda mais anos e, após eles, virá a triste solidão, virá com a sua bengala a vacilante velhice e, após eles, o tédio e o desespero. O teu mundo fantástico empalidecerá; os teus sonhos morrerão, fenecerão, cairão como as folhas mortas caem das árvores... Oh, Nastenka, como será triste ficar só, completamente só, e não ter absolutamente nada a lamentar, nada de nada..., pois tudo o que se perdeu, tudo isso junto, não significa nada, é um zero estúpido e perfeito, tudo não terá passado de um sonho!
dostoievski, notes brancas.
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